O BRICS é um bloco econômico e político formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, criado com o objetivo de fortalecer a cooperação entre os principais países emergentes do mundo. Desde sua formação, a aliança tem buscado ampliar sua influência na economia global, reduzir a dependência do dólar e criar alternativas às instituições ocidentais, como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.
Nos últimos anos, o bloco tem se expandido, incorporando novos países e aumentando seu peso geopolítico. Essa evolução tem gerado preocupação em diversas nações ocidentais, especialmente nos Estados Unidos, onde Donald Trump e outros líderes conservadores veem o BRICS como uma ameaça direta à ordem global liderada por Washington.
O que é o BRICS e como surgiu?
A sigla BRICS foi criada em 2001 pelo economista britânico Jim O’Neill, do banco Goldman Sachs. Inicialmente, o termo era apenas uma referência aos quatro grandes mercados emergentes da época: Brasil, Rússia, Índia e China. No entanto, a ideia tomou forma e, em 2006, os países começaram a se reunir formalmente. Em 2011, a África do Sul foi incluída oficialmente, transformando o grupo em um bloco político e econômico consolidado.
Dessa forma, principal proposta do BRICS é promover um sistema multipolar, onde as decisões econômicas e políticas não fiquem concentradas nas mãos das potências ocidentais, como os EUA e a União Europeia. Para isso, os países do bloco atuam na criação de alternativas financeiras, na intensificação do comércio entre si e no desenvolvimento de uma nova ordem global menos dependente do dólar.
Quais países fazem parte?
Atualmente, o BRICS conta com cinco membros oficiais e está em um processo de expansão. Os integrantes atuais são:
- Brasil 🇧🇷 – maior economia da América Latina e forte exportador de commodities.
- Rússia 🇷🇺 – potência militar e grande fornecedora de petróleo e gás natural.
- Índia 🇮🇳 – país em rápido crescimento econômico e referência em tecnologia e inovação.
- China 🇨🇳 – segunda maior economia do mundo, com forte influência no comércio global.
- África do Sul 🇿🇦 – principal economia da África e porta de entrada para investimentos no continente.
Nos últimos anos, o bloco iniciou um processo de ampliação, convidando Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Irã e Etiópia para se tornarem membros plenos. Essa expansão reforça a ideia de que o BRICS quer aumentar sua influência geopolítica e criar um contrapeso ao domínio econômico do Ocidente.
Como funciona?
O BRICS não é um bloco econômico tradicional, como a União Europeia. Ele funciona como uma aliança estratégica, onde os países membros buscam parcerias em áreas como comércio, investimentos, tecnologia, energia e segurança.
As principais decisões são tomadas durante a Cúpula do BRICS, um encontro anual onde os líderes dos países definem diretrizes e discutem temas globais. Além disso, há reuniões regulares de ministros da economia, relações exteriores e até de setores estratégicos, como ciência e educação.
O bloco também conta com instituições próprias, como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), criado em 2015, para financiar projetos de infraestrutura nos países-membros. O NDB é visto como uma alternativa ao Banco Mundial e ao FMI, instituições controladas principalmente pelos Estados Unidos e pela Europa.
O medo de Trump: por que o BRICS preocupa os EUA?
Nos últimos anos, o fortalecimento do BRICS tem causado preocupação nos Estados Unidos, especialmente entre os republicanos, que enxergam o bloco como um desafio direto à hegemonia americana.
O ex-presidente Donald Trump, que pode concorrer novamente à presidência em 2024, tem demonstrado grande receio do avanço do BRICS, principalmente pelo papel da China e da Rússia dentro do grupo. Em discursos, Trump já criticou a expansão do bloco e alertou que uma aliança econômica forte entre os países emergentes pode enfraquecer o dólar e a influência dos EUA no mundo.
Entre os principais temores do governo americano, destacam-se:
1. Redução da influência do dólar
Uma das principais metas do BRICS é diminuir a dependência do dólar americano nas transações internacionais. Os países do bloco vêm promovendo acordos comerciais em moedas locais e discutem a criação de uma moeda digital própria para substituir o dólar em transações globais. Caso isso aconteça, o poder dos EUA sobre a economia mundial pode ser reduzido drasticamente.
2. Fortalecimento da Rússia e da China
China e a Rússia são os principais adversários dos EUA no cenário global. O fato de ambos estarem no BRICS fortalece sua posição internacional, dando a eles mais parceiros estratégicos para negociações comerciais e diplomáticas. Isso pode reduzir o impacto das sanções econômicas impostas pelos EUA e seus aliados, como no caso da guerra na Ucrânia.
3. Expansão da influência do BRICS em regiões estratégicas
A expansão do BRICS para incluir países do Oriente Médio e da África preocupa Washington, pois pode alterar o equilíbrio de poder nessas regiões. Com a entrada de Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos, o bloco ganha mais peso no setor energético e pode influenciar diretamente os preços do petróleo, desafiando o controle ocidental sobre o mercado.
4. Criação de uma nova ordem global
A longo prazo, o BRICS pode se transformar em uma alternativa real ao G7, o grupo das economias mais industrializadas do mundo. Se o bloco continuar crescendo e se consolidando como um poder geopolítico independente, os EUA terão mais dificuldades para impor sua agenda no cenário internacional.
O futuro do bloco e seu impacto global
Dessa forma, com todo o explicado assima, já entnedemos que o BRICS já provou ser uma força significativa na política e na economia global. Com uma população combinada de mais de 3 bilhões de pessoas e um PIB que representa uma parcela crescente da economia mundial, o bloco tem potencial para mudar o equilíbrio de poder nas próximas décadas.
A grande questão agora é se os países do BRICS conseguirão superar suas diferenças internas e consolidar uma estratégia conjunta. Apesar dos desafios, o bloco já demonstrou que tem capacidade de atuar como uma força unificada em diversos temas globais.
Portanto, para os Estados Unidos, especialmente para Donald Trump e os republicanos, o avanço do BRICS representa um alerta vermelho. Se o bloco continuar expandindo sua influência e reduzindo a dependência do dólar, os EUA terão que repensar sua estratégia global para manter sua posição de liderança.
Enfim, podemos entender que o mundo está caminhando para um cenário mais multipolar, e o BRICS está no centro dessa transformação. Se essa tendência continuar, o bloco poderá se tornar um dos atores mais importantes do século XXI, redefinindo as relações internacionais e o futuro da economia global.
Colaboração: portal Araraquara Agora e portal Janela do Amanhã